O Fantástico foi até a escola pública com as melhores notas do Distrito Federal. “A nossa escola alcançou já em 2010 o que o MEC estipulou para que alcançássemos em 2014”, revela o professor Jordenes da Silva.
A escola fica em Arapoanga, um dos bairros mais violentos de Planaltina, a 40 quilômetros de Brasília. Quando assumiu a direção, o professor Jordenes encontrou o caos.
“Era desrespeito com os professores e servidores, e destruição do patrimônio da escola”, conta.
A primeira providência do novo diretor foi chamar a polícia. Em um só dia, 75 prisões; 25 camburões da PM saíram lotados da escola.
“Foragidos da Justiça, pessoas com mandado de prisão e que usavam a escola para ter acesso aos adolescentes e alunos”, diz.
É claro que depois vieram as ameaças de morte, mas o professor Jordenes estava determinado a fazer a escola funcionar. Uma ideia fixa que talvez tenha começado muitos anos antes de tanto ouvir o pai repetir o velho ditado: “Feliz do homem que é escravo de uma grande ideia”.
“Eu resolvi me tornar escravo de uma grande ideia: formar meus filhos”, diz Juverci da Silva, pai de Jordenes.
Quando juntou a tralha da família e deixou o interior de Minas em direção a Planaltina, Juverci já sabia o que fazer. “Procurei uma escola, matriculei os filhos, comprei uma carroça, um cavalo e fui para a rua”.
Um carroceiro e uma empregada doméstica semianalfabetos tomavam as lições dos filhos com obstinação.