quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Há 50 anos, cadeia da legalidade barrava ensaio golpista dos generais

A Rede da Legalidade





      Quando o Presidente Jânio Quadros renunciou, em 1961, ministros militares em Brasília ameaçaram não permitir a posse do vice-presidente João Goulart. Aqui no Rio Grande do Sul, sob o comando do governador Leonel Brizola, iniciou-se um movimento armado para defender a legalidade constitucional da posse do vice-presidente eleito.
      No dia 27 de agosto de 1961, Brizola requisitou os transmissores da rádio Guaíba de Porto Alegre, e através das ondas médias e curtas do rádio fazia pronunciamentos a todo país, conclamando o povo a defender a legalidade. Em seguida, as demais emissoras de Porto Alegre e as emissores do interior do Estado, uniram-se à Guaíba, formando a grande Rede da Legalidade.
      A Rede Radiofônica da Legalidade funcionava 24 horas por dia, nos porôes do Palácio Piratini, Sede do Governo Estadual e onde estava montada a Cidadela da Legalidade. Contava com a participação de jornalistas, radialistas e técnicos de todas as emissoras. O alcance foi tanto que em determinados momentos ela tinha 100% de audiência no estado.
      Com o aumento da abragência, chegou a ter 104 emissoras em cadeia no Brasil e nos países vizinhos, foram transmitidos boletins noticiosos em diversos idiomas, como inglês, espanhol e alemão.
      Este foi sem dúvida um dos momentos mais históricos e importantes do rádio brasileiro. Em nenhuma outra ocasião se usou este meio de comunicação de maneira tão singular e primordial a ponto de influenciar os destinos de toda uma nação.
      Foi com base nestes acontecimentos que o grupo decidiu entrevistar três personagens que influenciaram de modo decisivo naqueles momentos históricos da radiofusão nacional:
      O vereador e radialista Lauro Hagemann, que na época apresentava o Repórter Esso, emprestou sua voz inconfundível à causa legalista, conseguindo a adesão de diversos companheiros .
      O técnico Holmes Aquino, da Rádio Guaíba, sob a orientação do engenheiro Homero Simon, foi um dos responsáveis em manter a Rede da Legalidade no ar por 24 horas, em condições na maioria das vezes peculiares e desfavoráveis;
     O ex-governador do estado, Leonel Brizola, foi o homem que iniciou esta série de acontecimentos e durante todos os momentos esteve no centro deles. Não é por acaso que a sua voz era sem dúvida a mais esperada e a mais ouvida na chamada Rede da Legalidade.  

No dia 28 de agosto de 1961, Leonel de Moura Brizola requisitou os transmissores da rádio Guaíba de Porto Alegre. Com uma metralhadora na mão direita e o microfone na esquerda, passou a fazer pronunciamentos a todo país, conclamando o povo a defender a legalidade. Usando as ondas curtas e médias da Rádio, as demais emissoras de Porto Alegre, do interior do Rio Grande do Sul e de todo o Brasil uniram-se, compondo a grande resistência nacional à ação dos generais golpistas. Estava formada a Cadeia da Legalidade.

Leonel Brizola, de metralhadora na mão, conclamou o povo à resistência natural
Escute os depoimentos em Real Audio!*


Lauro Hagemann


Leonel Brizola

Depoimento 1
Fonte: 
http://legalidade50anos.blogspot.com/2011/01/rede-da-legalidade.html 
Por Fausto Arruda
http://www.anovademocracia.com.br/index.php

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