A curiosidade é o motor que nos põe para frente, a fagulha que nos estimula a descobrir e buscar. Veja o porquê é tão importante ser curioso
Diferentemente do que afirma o dito popular, a curiosidade não mata. Ela aviva, faz a vida acontecer. Não estamos falando da bisbilhotice com a vida alheia, mas do desejo de conhecer mais, investigar. Segundo o psicanalista Jorge Forbes, autor de Você Quer o Que Deseja? (Ed. Best Seller), somos curiosos por natureza. "Humanos são curiosos, apostam que mesmo no mais esquisito podem achar o que buscam, isso porque nunca sabem exatamente o que buscam. O objeto do desejo é sempre escorregadio, é sempre outra coisa, a insatisfação é o motor da curiosidade, cada achado é fonte de nova busca. Manter a curiosidade é manter a vida. Satisfazer-se com as respostas prontas é não esperar mais nada, é não desejar, é morrer", diz.
E quem não é um curioso por natureza? "Também pode desenvolvê-la", atesta a pesquisadora Ana Alvarez. "Todas as vezes em que aprendemos coisas, usamos a plasticidade neural, que é a capacidade do cérebro de se transformar diante de situações inéditas, criando novas conexões. A cada novo aprendizado, os neurônios se reconectam. É por isso que a curiosidade é tão positiva: ela mantém o cérebro tinindo."
A curiosidade também nos ajuda a cada dia no mercado de trabalho. O curioso tem aguçado o desejo de ir em frente, aprender e se aperfeiçoar, um tripé motivacional que só faz impulsionar o desenvolvimento humano.
Veja a seguir um exemplo de pessoa curiosa:
A empresária que persegue a informação
Os amigos já sabem. A paulistana Silvia Kakuma não sossega enquanto não vai atrás de informações, dados e referências. Pode ser o novo filme a que ela pretende assistir, o estilo do restaurante aonde vai encontrar a família ou a palavra que acabou de ler num livro e desconhece o significado. "Eu não descanso enquanto não consigo resolver a questão", admite ela. E para isso ela fuça em livros, guias, dicionários, internet. Para a empresária do setor de informática, essa busca é natural, algo que não pode conter, como gosta de dizer. "Sempre me meti em todas as áreas. Minha curiosidade acontece no dia a dia", pontua.
"Acho que o desejo de saber um pouco sobre tudo tem a ver com minha formação. Eu sou filha única e, muitas vezes, quando não tinha com quem conversar sobre minhas dúvidas, ia atrás das respostas", explica Silvia. No trabalho, por exemplo, a empresária extrapola suas funções de diretora e esmiúça até dados técnicos para solucionar questões básicas. No lazer, admite que não entra na sala escura do cinema sem saber - quase - tudo sobre o filme. Em sua rotina, não é raro sair de uma consulta com a receita do médico na mão e ir diretamente para o computador a fim de pesquisar os ativos da fórmula. "Ah, eu sou uma escrava do Google", diz, brincando, Silvia, emendando em seguida que as estantes de sua casa também são recheadas de dicionários, enciclopédias e livros de referência.
Pró-ativa, a curiosa Silvia acha que a busca por informações não apenas satisfaz sua fome incessante de conhecimento, mas também facilita a relação com as outras pessoas e a mantém mais segura. Mas ela não se engasga com essa avalanche de dados dos dias de hoje, vindos das mais variadas fontes. Crítica e atenta a tudo, ela conta que digere e analisa a informação antes de retê-la. O que não presta, ela apaga imediatamente da memória."A informação que não se transforma em conhecimento passa a ser inútil", afirma.
Fonte:
Chantal Brissac / Edição: MdeMulher
Conteúdo do site Bons Fluidos