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quarta-feira, 31 de outubro de 2018

O Cão do Príncipe


Há uma antiga história galesa do Século XIII sobre um príncipe que voltou para casa e encontrou seu cão com sangue escorrendo da boca. O homem correu para dentro de casa e, horrorizado, viu que seu filhinho bebê havia sumido e que o bercinho estava virado. Em sua ira, o príncipe sacou a própria espada e matou o cão. Pouco depois, ouviu o choro do filho — o bebê estava vivo! Ao lado do bebê jazia um lobo morto. O cão, na verdade, havia defendido o filho do príncipe de um lobo assassino.

Embora essa história seja dramática, ilustra um princípio. Ela abre a possibilidade de que a história que contamos a nós mesmos sobre o motivo pelo qual as pessoas se comportam de certo modo nem sempre corresponde aos fatos — às vezes nem sequer queremos conhecer os fatos. Preferimos sentir-nos justificados em nossa raiva guardando rancor e ressentimento. Às vezes essa mágoa pode durar meses ou anos. Às vezes pode durar a vida inteira.