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quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

O PTróleo é Flórida!


quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Infância feliz

Crônica por Rosi Machado
Como um passeio ao passado me veio lembranças, tão vivas que parece que foi ontem.
Quando eu era criança, vivia num bairro pobre próximo ao porto, com mais três irmãos dividíamos nossa felicidade. Tudo era motivo de riso ainda que as vezes brigássemos por coisa boda.
Lembro pela manhã minha mãe fazendo bolinho da graxa e passando café no coador de pano e o cheirinho chegava até o quarto aonde eu dormia abraçada na minha irmã que na época era a caçula. Eu nunca mais senti o mesmo cheirinho me acordando pela manhã, nenhum cheiro de café é igual aquele.
A vida da minha mãe não era fácil, mas eu não fazia ideia, ela sempre dizia que não estava com fome quando havia pouca coisa para almoçarmos, eu acreditava. O mais engraçado é que eu e meus irmãos adorávamos quando ela fazia água de açúcar quente para substituir o café, e dava para cada um de nós uma metade de pão d água. São essas lembranças que me faz admirá-la ainda mais hoje e sempre as dificuldades eram maquiadas de forma que não sentíamos.
Apesar de tudo éramos muito felizes. Eu era meus irmãos eram, acreditávamos que nossa mãe era pelo menos nunca a vimos reclamar.
Tenho saudades das medidas que vinha na lata de leite em pó, eram minhas frigideiras, as latas de tomate pequenas panelas, eram brinquedos sem nenhum preço, mas para mim tinha um valor inestimável.
Ainda posso ouvir na minha memória como se fosse hoje o apito dos navios exatamente a meia noite quando começava um novo ano.
Quase sempre havia um belo jantar no natal, mas lembro de um em especial que não teve. Ficamos no quarto com minha mãe, ela estava muito triste e eu fiquei também, mas por ver aquele rosto que para mim era tão lindo molhado pelas lagrimas que corriam dos seus olhos. Foi a primeira vez que a vimos chorar.
São muitas lembranças, inumeráveis acontecimentos que só agora entendo, eu era feliz só porque era criança.
Criança não vê as coisas como realmente são tudo é bonito, tudo é gostoso e qualquer coisa é brinquedo... Simplesmente porque a mãe está ali ao nosso lado, nos fazendo sentir importante em meio a tantos problemas que ela resolve sozinha.
Hoje sou eu quem resolve os meus problemas, e sou eu quem disfarça os sentimentos para quem eu amo não saber quando sofro. Minha mãe sofreria por mim.
Naquela época éramos quatro hoje somos seis, a história mudou o rumo. E quer saber? A felicidade são os momentos que estamos ao lado das pessoas que amamos. Não precisamos de muito quando há amor no lar.

Autora Rosi Machado