O terreno de mais de 1 milhão de metros quadrados foi invadido há 8 anos e pertence à massa falida de uma empresa do especulador Naji Nahas. No local viviam cerca de 1.600 famílias, cerca de 5.500 pessoas, segundo o censo da Prefeitura. Com o tempo, o Pinheirinho se tornou um bairro, com comércios e igrejas.
Disputa de poderes
A reintegração de posse do Pinheirinho havia se tornado uma disputa entre órgãos judiciais. Na terça-feira (17), a polícia estava preparada para a invasão e, no momento em que se dirigia para o local, foI parada por uma ordem da Justiça federal que suspendia a reintegração.
O documento, assinado pela juíza federal Roberta Monza Chiari, foi cassado no mesmo dia, e, por este motivo, a reintegração de posse continuava mantida.
Durante a semana, os advogados do movimento que lidera o acampamento protocolaram novos recursos contra a decisão. Na Justiça estadual todos foram negados.
Na sexta, novamente o pedido de desocupação foi anulado pela Justiça federal. O Tribunal Regional Federal de São Paulo concedeu uma liminar aos representantes do movimento para que a decisão da juíza substituta - a expedida na terça - fosse novamente considerada. Mas, a juíza estadual responsável pelo caso disse que ainda não havia sido notificada e que a ordem de despejo deveria ser cumprida imediatamente.
Uma oficial de Justiça foi até a ocupação, por volta das 11h, entregar uma decisão do juiz federal de plantão Samuel de Castro Barbosa Melo, que suspendia a ação. A ordem foi direcionada aos comandos da Polícia Militar, da Polícia Civil e da Guarda Municipal. Segundo a oficial, quem recebeu o documento foi o juiz estadual Rodrigo Capez, que acompanhava a reintegração. Ainda de acordo com a oficial de Justiça, Capez disse que havia um "conflito de competência" e que não iria acatar a ordem da Justiça federal. Ele manteve a desocupação do assentamento.
Operação
A operação de desocupação da área do Pinheirinho teve início por volta das 6h deste domingo. A polícia se reuniu em cidades vizinhas para cumprir a liminar que ordena a reintegração da área invadida. Segundo o comando da PM, 2 mil policiais participaram da operação de despejo.
Os policiais cercaram a invasão, e o carro blindado da polícia entrou na frente seguido pela Tropa de Choque e pela equipe da Rota de São Paulo. Dois helicópteros Águia também foram usados na operação.
Os moradores começaram a atear fogo nas barricadas que estavam localizadas em pontos estratégicos para impedir o avanço do policiamento.
Os policiais cortaram as cercas da ocupação. A polícia utilizou bombas de efeito moral, e alguns moradores apresentaram resistência. Quatro pessoas foram presas por incitação à violência.
Fonte: G1
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