Estudo analisou águas residuais de três continentes
Existem milhares de vírus até agora desconhecidos para a ciência nas águas residuais da América do Norte, Europa e África. Num estudo publicado na revista «mBio» da Sociedade Americana de Microbiologia, a equipa de investigadores que fez a descoberta, liderada por Michael J. Imperiale, biólogo da Universidade de Michingan, admite muitos deles podem desempenhar algum papel para a saúde humana, não necessariamente nefasto.
Sabe-se que existem na Terra 1,8 milhões de espécies e todas elas albergam um número indeterminado de vírus únicos e específicos. Mesmo assim, apenas 3 mil vírus estão identificados e classificados.
Para se aproximarem da diversidade agora revelada, os cientistas analisaram as assinaturas genéticas de vírus presentes em esgotos de três continentes. Primeiro, encontraram 234 vírus conhecidos pertencentes a 26 famílias virais. O que, de resto, torna as águas residuais a maior casa de vírus jamais encontrada.
Destes vírus conhecidos encontravam-se patogéneos humanos como o papiloma ou outros relacionados com roedores, baratas até com plantas.
No entanto, a maior parte das assinaturas genéticas encontradas pertenciam a vírus completamente desconhecidos. Para Michael J. Imperiale esta descoberta é muito significativa pois estes vírus podem desempenhar algum tipo de papel, não se sabe ainda qual, tanto na saúde humana como no meio ambiente.
E quando se fala em dos efeitos para a saúde estes não são necessariamente maus. Há exemplos no mundo animal de infecções por vírus que não provocam doença e que podem ser benéficos. O vírus Herpes, por exemplo, pode infectar ratos tornando-os mais resistentes a infecções bacterianas.
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