RIO - Os bancários iniciam greve nacional por tempo indeterminado, a partir da zero hora desta terça-feira, dia 27, com o objetivo de pressionar a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) a retomar as negociações e apresentar uma proposta que atenda às reivindicações da categoria. A paralisação atingirá bancos públicos e privados.
Segundo o comando nacional da categoria, a decisão foi tomada em assembleias realizadas na noite desta segunda-feira pelos Sindicatos dos Bancários de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Curitiba, Campo Grande, Mato Grosso, Paraíba, Alagoas, Ceará, Piauí, Espírito Santo, Campinas, Piracicaba, Juiz de Fora, Dourados e Vitória da Conquista, entre outros, conforme levantamento feito até as 20h30 pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), que coordena o Comando Nacional dos Bancários. De acordo com a entidade, há no país hoje 480 mil bancários.
A categoria recusou a proposta de 8% de reajuste, feita pela Fenaban, durante a quinta rodada de negociações, na última sexta-feira, dia 23, em São Paulo. "Isso significa apenas 0,56% de aumento real, continuando distante da reivindicação de 12,8% de reajuste (5% de ganho real mais a inflação do período)", afirma o presidente da Contraf-CUT e coordenador do comando nacional, Carlos Cordeiro.
Além disso, a proposta dos bancos não contém valorização do piso salarial, não amplia a participação nos lucros, e muito menos traz avanços em relação às reivindicações de emprego e melhoria das condições de trabalho. Os bancários reivindicam fim da rotatividade, mais contratações, fim das metas abusivas, combate ao assédio moral, mais segurança, igualdade de oportunidades e inclusão bancária sem precarização, dentre outras reivindicações.
- Esperamos que a força da greve faça com que os bancos apresentem uma proposta que garanta emprego decente aos bancários. Com lucros acima de R$ 27,4 bilhões obtidos somente no primeiro semestre deste ano, os bancos possuem todas as condições de atender as reivindicações da categoria, de modo a valorizar o trabalhador, distribuir renda, reduzir desigualdades e contribuir para o desenvolvimento do país - argumentou Cordeiro.
A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), divulgou nota informando que considera "fora de propósito" a greve dos bancários. De acordo com a entidade, a
proposta mais recente, apresentada aos trabalhadores na última sexta-feira, prevê reajuste atodos os salários, pisos salariais, benefícios e Participação nos Lucros e Resultados (PLR) em 8% a partir de 1º de setembro deste mês.
A federação orienta os bancos a buscarem "todos os meios legais" para garantir o atendimento da população. "Precisamos tentar garantir que a população não seja prejudicada poresse ato precipitado do sindicato. Aos clientes bancários, lembramos que oscanais alternativos podem ser utilizados a qualquer momento, como internet,telefone e terminais de autoatendimento e os correspondentes", diz o comunicado da entidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário