quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Pânico na telinha é bom

Entenda por que assistir filmes de terror pode ser benéfico ao seu corpo.

Obsessão Macabra  As aulas de ciências ensinam que medo, ansiedade e estresse ajudaram o homem a evitar o perigo e a progredir. Evolutivamente importantes, eles aumentam a eficiência do organismo, deixando-o pronto para a briga. Assim que o cérebro percebe uma ameaça, um sistema chamado circuito do medo entra em ação. Formado por núcleos cerebrais como a amígdala e o hipocampo, ele libera neuro-hormônios e neurotransmissores para defender o organismo. Dopamina, endorfina e adrenalina vão para o sangue, preparando o corpo para a reação. Só que, quando o monstro é de papelão, o cérebro percebe a pegadinha e suspende a produção das substâncias. E a alta da dopamina, que deixa o corpo atento e alerta durante esses momentos, dá sensação de prazer e calma. Como se o corpo ficasse chapado em segundos. “Liberações rápidas de dopamina provocam reações agradáveis e muito prazerosas”, diz Antônio Nardi, coordenador do Laboratório de Pânico e Respiração da UFRJ. “Só quando ela perdura no organismo vêm as reações ruins, como confusão mental e fadiga.”

Assim, dá para entender, por exemplo, por que os filmes de terror não dão sustos o tempo todo. É preciso um intervalo para causar as variações da dopamina e provocar o prazer. Mas só isso não explica o mistério do gosto provocado por quase duas horas de pavor frente à tela do cinema. Uma das hipóteses seria a de que os seres humanos são capazes de sentir emoções misturadas, de tensão e prazer, ao mesmo tempo. Assim, o medo prolongado faria sentido.

Pensando nessa possibilidade, Eduardo Andrade, professor da Universidade da Califórnia, e Joel Cohen, da Universidade da Flórida, resolveram testar seus alunos para ver o que acontece durante a projeção de cenas de terror. “Queríamos descobrir a razão de as pessoas se exporem a coisas que, aparentemente, não dão prazer, como esportes radicais ou cenas violentas”, diz Eduardo. Em uma sala com computadores, eles pediram aos estudantes que marcassem em uma escala o grau das sensações negativas ou positivas que experimentavam durante a projeção de filmes (documentário, terror e comédia). Ao final, a descoberta dos pesquisadores foi que os momentos mais horripilantes eram também os que mais davam prazer. “Pesquisas das duas últimas décadas mostram que somos capazes de ter os chamados ‘mixed feelings’, ou seja, ter emoções positivas e negativas ao mesmo tempo”, afirma Eduardo. “Sem isso fica difícil aceitar que alguém passe por um momento doloroso, como as cenas de terror, buscando prazer ou alívio”, diz. Quer dizer que sentimentos opostos, como amor e ódio, pavor e calma podem aparecer juntos enquanto alguém vê seres deformados perseguindo garotinhas meigas em corredores sem fim.

Segue abaixo uma apresentação em video feita sobre o assunto retirado da resvista Galileu mencionada acima, mostrando o que se pode aprender sobre "Como sobreviver em um filme de terror". Obrigado aos colaboradores do You Tube.




Confira mais:
Fonte: Site Youtube
Revista Galileu Galilei: http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI113919-17579,00-ENTENDA+POR+QUE+GOSTAMOS+DE+SENTIR+MEDO.html

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